Quase cinco meses após sua aprovação na Assembleia Legislativa do Rio, a Comissão Estadual da Verdade vai iniciar suas investigações. Em decreto previsto para ser publicado no Diário Oficial esta semana, o governador Sérgio Cabral vai oficializar os nomes dos conselheiros e detalhar o funcionamento do grupo, que terá como função apurar os crimes cometidos no estado durante a ditadura militar e será presidido pelo conselheiro federal da OAB/RJ Wadih Damous.
Além de Wadih, serão mais seis integrantes. Nomes ligados à defesa dos direitos de presos políticos farão parte do grupo. A comissão trabalhará nos mesmos moldes da Comissão Nacional da Verdade, instalada no ano passado. De acordo com Wadih, apesar de, por lei, a comissão ter um prazo de dois anos para concluir suas investigações, ele pretende entregar o relatório final no mesmo tempo estipulado para o grupo federal. A comissão terá sete integrantes.
"Vamos trabalhar em conjunto com a Comissão Nacional, que já tem informações. Nossa relação será próxima e queremos, inclusive, encerrar o trabalho antes do prazo, o que vai demandar um trabalho intensivo de investigação", afirmou.
Segundo Wadih, alguns casos emblemáticos serão o foco inicial, entre eles o atentado à OAB, a explosão no Riocentro e a Casa da Morte, em Petrópolis, mas outros casos poderão entrar em pauta. "Qualquer relato que ajude a esclarecer os assassinatos e o paradeiro dos militantes que desapareceram durante a repressão serão analisados. Não vamos delimitar a apuração a esse ou àquele objeto", disse.
(somente whatsapp)
