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NOTÍCIA
Publicado em 30 de Novembro de -1

Campanha pela Memória tem novas linhas de ação

A Campanha pela Memória e pela Verdade, lançada pela OAB/RJ em abril de 2010 e que tem cerca de 45 mil assinaturas em favor da abertura dos arquivos da ditadura militar, entra em uma nova fase.


Campanha pela Memória tem novas linhas de ação

Fonte: redação da Tribuna do Advogado
Acesse o painel da Memória e participe do abaixo-assinado
A Campanha pela Memória e pela Verdade, lançada pela OAB/RJ em abril de 2010 e que tem cerca de 45 mil assinaturas em favor da abertura dos arquivos da ditadura militar, entra em uma nova fase. Além da manutenção do abaixo-assinado, estão previstas três linhas de ações: a criação pela Seccional de sua própria Comissão da Verdade, a transformação de locais de tortura em centros de memória e uma série de eventos para debater o tema.
 
Cartum cedido pelo Instituto Henfil para a campanha da OAB/RJ
"A sociedade brasileira quer saber o que realmente aconteceu nos porões da ditadura e, mais do que querer, precisa saber dos fatos para que eles não se repitam", afirmou o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous.
 
Sem a pretensão de construir um acervo para uso próprio ou de se sobrepor à Comissão da Verdade criada pelo governo federal, a OAB/RJ pretende ouvir relatos voltados ao papel de juízes e promotores da Justiça Militar nos julgamentos de presos políticos durante a ditadura. As informações coletadas serão repassadas à Brasília. "Vamos listar, no âmbito do Estado do Rio, os casos mais marcantes de abusos da Justiça Militar e organizar entrevistas para nos informarmos detalhadamente a respeito", explicou o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Marcelo Chalréo.
 
Outra linha de ação é a campanha pelo tombamento dos centros de tortura, que seriam transformados em centros da memória. As ações prioritárias seriam no DOI-Codi, que funcionava no quartel da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita, Tijuca; na sede do antigo Dops, na Rua da Relação, na Lapa; e na Casa da Morte, em Petrópolis. "Pretendemos que esses lugares recebam a luz solar de tantas verdades escondidas e a visita interessada de muitos jovens nascidos na democracia que jamais souberam o que lá se passou", declarou Wadih.
 
A realização de eventos ligados ao assunto também está na pauta da Campanha e começa nesta quarta-feira, dia 27, às 18h, com o lançamento do livro K, Bernardo Kucinski. A obra versa sobre a prisão e o desaparecimento da militante Ana Rosa Kucinski, irmã do autor.